segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ANGOLA TORNA SE O PAÍS DAS OPORTUNIDADES

DESTRUIÇÃO NEM SEMPRE É SIGNIFICADO DE TRISTEZA

Ele tem uma temperatura média anual acima de 23 graus e a mais baixa em torno de 19 graus. É difícil não pensar em praia na maior parte do ano. Ir para lá e não conhecer a ilha do Cabo, Mussulo, Palmeirinhas, Corimba e Santiago em Benguela, a praia Morena, Restinga, Caóta, Caotinha, Bai Azul e a Baia Farta e no Namibe as Prias e Azul é a mesma coisa que ficar no Rio de janeiro e dizer que não viu o Cristo Redentor! Você deve estar a se perguntar, mas onde fica esse lugar?
Um país que nos últimos anos vem crescendo no ramo turístico. Tem a Costa Atlântica de 1.650 quilômetros, formados por rios caudalosos que deságuam em amplos estuários arrastados das zonas planálticas e formam númericas ilhas, que encantam e prendem qualquer turista. Longas cachoeiras que deságuam em rios. Praias paradisíacas que impressionam pela grandeza das ondas e pelas água mornas.
Você está no Continente africano, zona subtropical de Angola.
A economia cresce anualmente 1,20% e tem atraído turistas de toda parte do mundo, seja para negócios ou para visitação. Hoje podemos dizer que Angola é um quebra cabeça, um lugar de oportunidades e descobertas e porque não o país do futuro. Ele ocupa uma área de 1246.700 quilômetros quadrados, onde encontram-se os dois pontos mais altos do território. O Morro do Moco (2.620metros) e o Morro (2.538metros), compostos por uma zona planáltica, integram as bacias dos principais rios Zaire, Kwanza, Kubango e o Queve.
Angola é dividida em 18 províncias: Bengo, Benguela, Bié, Cabinda Cunene, Huambo, Huíla, Kuando Cubango, Kuanza Norte, Kuanza Sul, Luanda, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uíge e Zaire. Luanda é a capital, que já foi considerada uma das mais belas e animadas cidades da costa ocidental de África. A capital, antes chamada de São Paulo de Loanda, foi fundada em 25 de janeiro de 1575. Hoje é composta por nove municípios, Cacuaco, Cazenga, Ingobonta, Kilamba Kiaxe, Maianga, Rangel, Sambinzanga e Viana.
Apesar de ser um país onde a língua oficial é o português, em Angola existem mais de 42 línguas, sendo as mais faladas são o Kimbumbu, Umbundo e o Kicongo. A população é composta por duas etnias, os povos Bantus e Ovinbundos, que transmitem fortes valores culturais, passados de geração a geração.



Uma das muitas atrações que sobrevivem até hoje em Angola são as mumuílas, um povo pouco conhecido no mundo, localizado na província do Namibe. Lá estão os maiores produtores de gado, que sobrevivem das suas próprias produções, como a essência única do óleo de Mumpeke ( um tipo de óleo produzido com ervas aromáticas e gordura de leite, serve como vitamina de cabelo ).
Diferente na forma de comer, vestir e até mesmo trabalhar em relação a outros povos. As mumuílas passam pelas ruas de todo território angolano sem pudor nem vergonha. Os trajes escondem apenas a parte de baixo do corpo e cobrem a cabeça, que serve para carregar seus filhos. Geralmente, as mulheres usam fitas que amarram nas partes intimas, sendo que as nádegas são cobertas com pano de samakaka( traje típico). O pé e o pescoço vivem rodeados por argolas ou missangas para representar a sua fortuna.
A poligamia é direita e respeitada. Cada homem escolhe quantas mulheres quer ter. “Mas te digo que não e tão fácil”, pois depende da fortuna desse homem para dar ao pai da noiva tudo que ela pedir. A esposa mais velha é quem administra a fortuna. Além disso, são governados por Soba Grande (Paje) e não são evangelizados. A beleza mítica das mulheres mumuílas ou mucubais chamam a atenção dos turistas que mesmo sem entenderem a etnia linguística Nhakumbia-Nhkumbi se encantam com o olhar tímido, bem como pelo banho que elas tomam de leite de vaca e pelo cabelos exótico.
A diversão das noites angolanas estão nas praias, onde você encontra bares, restaurantes entre outros estabelecimentos abertos a um público diversificado a qualquer hora. A baía de Luanda ou como é habitualmente chamada ilha de Luanda é o ponto de encontro de toda população que gosta de tchilar (dançar), ouvindo os ritmos conhecidos. A riqueza cultural de Angola é conhecida em toda parte do mundo como Kizomba, Semba, Rebita, Cabetula, Tarraxinha, Zouk e o Kuduro. Mas para quem gosta de conversar ou até mesmo levar as crianças para um passeio tem o carrossel e estabelecimentos com bastantes atrativos. È preciso enfatizar que as noites africanas terminam sempre ao som das músicas e danças regionais.
As danças tradicionais são sempre acompanhadas pela rica e variada gastronomia. Já no que diz respeito ao artesanato, existe uma variedade de material feito de madeira utilizada para fazer objetos artesanal como estatuetas, máscaras para dançar rituais, instrumentos musicais, bancos, objetos de uso comum ricamente ornamentados. A também quadros e pinturas de óleo e areia. São objetos de qualidades artísticas que encontram-se em museus, galerias de arte, aeroporto, ruas ou até mesmo em feiras.
Para que essas peças possam sair do país, tem de ser registradas no Instituto Nacional de Patrimônio Cultural.
Angola foi sempre conhecida nas manchetes nos meios de comunicação por anunciar mortes, pobreza e balas perdidas. Mas hoje há um novo cenário. Alguns acreditam ser o país dos sonhos e de oportunidades. O país e muito rico em recursos naturais, considerado um dos maiores produtores de petróleo e diamante do mundo. Sem contar que é também rico em ouro, ferro, café, cana de açúcar, mercúrio, entre outros minerais ainda não explorados devido à ausência de capacitação técnica e humana. Por isso é incentivado o turismo de negócio e mão de obra exterior para explorar a terra fértil angolana.
Devido ao longo tempo de guerra, os angolanos perderam a maior parte do país por causa da destruição. Há oito anos o povo trabalha na reconstrução nacional investindo na mão de obra estrangeira que hoje representa 30% por cento da população local. Muitos estrangeiros levam a sua família ou até mesmo constituem família com as angolanas.
Difícil é não perceber o avanço que Angola teve depois que começou a empregar os estrangeiros. Todas as empresas locais empregam estrangeiros. A mão de obra brasileira só perde para China.
O engenheiro Fabrício de Souza, formado há nove relata que no primeiro momento foi para visitar o país e acabou por engressar a mão de obra estrangeira. “ Valeu a pena cada dia, contudo é importante saber das limitações e desafios que fazem parte do dia a dia.
Em sua segunda viagem ele voltou para ficar. Com o tempo o deslumbramento dá espaço a rotina. “ Já sei como andar na cidades e que lugares ir. Fiz alguns amigos fora do grupo e até nas aulas de inglês entrei para passar o tempo”.Ele conta que ao contrário do Brasil, em que é normal ter carro ou andar de ônibus, lá as pessoas geralmente andam a pé ou de van não funciona assim.
Para Fabrício os desafios de relacionamento e de restrição de autonomia são realmente fatores a serem considerados. “ Em Angola eu dei muita sorte, me dou muito bem com todos os que convivo diariamente. No princípio não pensou que seria fácil conviver com uma pessoa desconhecida no apartamento,mas hoje considera Sergio como um irmão”.
Já para Ricardo Magalhães Silva de Londrina foi diferente. “Sou formado em história e casei com uma arquiteta há 20 anos. Minha mulher trabalha em Angola e resolvi ir lá para conhecer um pouco dos lugares que ela me contava que visitava. Apaixonei-me pela terra, mas não aguentei de tanta saudade do meu país”.
O país tem riquezas naturais como diamantes e petróleo, o que garante um certo financiamento para a reconstrução do que foi destruído pelos quase trinta anos de guerra. Para ele, o país e rico em muitas coisas,mas faltam investimentos.”Me admiro em saber que o primeiro shopping foi construindo há menos de cinco anos”.
Para Ricardo ir pra Angola pode ser considerado uma aventura. Mas enfatiza que valeu a pena ter visto de perto o crescimento e a necessidade de mão de obra especializada. “Angola é uma terra de oportunidades, seja para trabalhadores assalariados ou empresários”.
A viagem, diz ele,foi uma grande experiência de vida,” vale pra gente dar mais valor ao que temos no Brasil e ver que apesar dos pesares, vivemos em um grande país e não trocaria por outro por nada neste mundo”.
Os grandes investimentos são para construção de estradas, escolas, pontes, hospitais, teatros, creches, hotéis, restaurantes e bancos. Um dos projetos mais esperados e prometido pelo Governo de Angola é a construção de um milhão de casas até o final deste ano.
Os países que mais investem em Angola na importação de material para mão de obra são a China, Brasil, Portugal e a Afraca do Sul. O grande investimento brasileiro são as casas pré-fabricadas, que também são importados.
Hoje, o retorno dos investimentos feitos no país é considerável. As áreas que mais precisam de investimento são construção civil, agricultura, indústria, eletricidade, saneamento básico, hotelaria, comércio e principalmente na formação de quadros.
Apesar da maior parte dos investimentos angolanos estarem na capital Luanda, o governo também tem investido no interior do país, que mais sofreu com a guerra.

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