terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada


Quem não conhece uma Nêga do Cabelo Duro ou uma Loirinha bombril? Ou pode negar que em algum karaokê cantou a plenos pulmões o clássico sertanejo “Aquele fio de cabelo comprido já esteve grudado em nosso suor”? Ou ainda, que não se derreteu quando alguém lhe dedicou um “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos, uma história pra contar...”? Ninguém!
As madeixas e suas variações não são assuntos só para cantores e compositores. Estão na cabeça de todo mundo! E quem resolveu ganhar dinheiro com isso não se arrepende!
Gedalva Carvalho conta que depois de 10 anos como vendedora, decidiu fazer um curso de cabeleireira para facilitar a vida. No começo era auxiliar de cabeleireiros severos, que davam prazos apertados e eram muito exigentes! O sofrimento e a pressão do ínicio somados a experiência adquirida ao longo dos anos renderam ótimos frutos: hoje ela faz o que ama, muito mais rápido e com qualidade superior.
Gedalva trabalha no mesmo salão de beleza há 12 anos, começou como manicure, passou no teste da empresa depois de treinar duas semanas fazendo as unhas das vizinhas de graça. Seis meses depois, as gerentes perceberam seu potencial e convidaram para atuar como cabeleireira da casa. “Não foi fácil fazer clientela. Tem que ter força, fazer cursos, se aprefeiçoar, estar por dentro da moda, das novas tendências, do que os artistas estão usando, mas principalmente, é preciso gostar muito!”
Quem diz a mesma coisa, é Odeth Medina, nascida em Cabo Verde e formada em Relações Públicas, que trabalha no Brasil fazendo tranças-raiz desde 1997. Odeth diz que tem o dom de trançar no sangue e que ama trabalhar em casa para acompanhar o crescimento das filhas. Ela recebe pessoas de várias cidades, a maioria africanas que estão no Brasil. E diz que sua casa é um lugar de transformações.
Odeth e Gedalva tem mais em comum do que imaginam, quando foram questionadas sobre qual a sensação no final do expediente, as duas responderam a mesma coisa: é gratificante! Ver os sorrisos, as pessoas saindo renovadas e com a auto-estima elevada não tem preço. O melhor é ter seu trabalho reconhecido. “Mesmo que você não cobre nada, as pessoas ficam satisfeitas e te dão um presente, uma gorjeta, te indicam, as pessoas confiam em você” diz Gedalva.
Odeth conta que muitas vezes se torna personal style “sou procurada pelas clientes que não sabem o que fazer com as roupas de seus armários!” e Gedalva explica, orgulhosa, porque as pessoas aceitam a sua opinião “Do mesmo modo que você procura um advogado para falar de um processo, as pessoas entendem que nós somos profissionais da beleza e por isso sabemos o que vai ficar bom para elas. É uma satisfação e também uma responsabilidade.”
E dá dinheiro?
Qualquer lugar tem clientes. Para Gedalva é fácil encontrá-los: “sempre que vou à praia, acabo fazendo uma escova para uma sobrinha, depois a amiga também quer, e assim, ganho dinheiro brincando... Fui para a Espanha, passear, disseram que eu era cabeleireira e pronto, ganhei 70 euros em alguns minutos”
Já Odeth conta que algumas épocas do ano rendem mais. “Se tivesse meu próprio salão teria mais lucro, mas não abro mão de trabalhar em casa, porque assim consigo cuidar e participar da educação das minhas filhas”.
O mercado da beleza está sempre agitado, são novos produtos e tendências a cada dia. Mas, o que faz com que não falte gente disposta a gastar com isso sempre, é a vaidade.
“A pessoa tem que se olhar no espelho e se sentir bem! Se as unhas estão perfeitas e cabelo bonito, tem vontade de se vestir bem. Pode ser que ninguém veja, mas a pessoa tem a sensação de bem-estar e felicidade que é incomparável” e Gedalva continua: “Falta de vaidade é doença! Quando a pessoa não quer tomar banho, não quer ficar bonita é porque tem algo errado.”
A verdade é que todo mundo quer falar, sem nenhuma humildade, igual ao Roger em uma música do Ultraje a Rigor “Quando eu acordo, me olho no espelho e digo: Nossa, que cabelo bonito!”
Quem está disposto a usar essa qualidade (ou fraqueza!) dos seres humanos a seu favor só tem a ganhar.

3 comentários:

Flávio disse...

Amei o Blog Ana Troso (Ana Maria como costumavamos a chamar na escola). Bom demais! A vaidade faz parte de nós, eu particularmente sou muito vaidoso, não saio de casa sem aquela certeza de que as pessoas vão reparar em mim e no meu estilo o tempo todo. Um homem vaidoso é um homem apaixonado por si mesmo, e assim a probabilidade de sofrer pelo amor do sexo oposto é menor :). Mulheres vaidosas têm vezes sem conta de chances de conseguirem alcançar seus objectivos.bgdinha!Bons estudos,Se cuida!

Flávio Pinheiro

angolanablack disse...

è flavio, no mundo em que estamos agora temos de pensar em tudo, beleza, aparecia e Etc.
Mas também se a gent não pensar em nos mesmos nem se cuidar ninguém fará pra nos da forma em que desejamos

Camila Magalhães disse...

lol
Que texto legal!!! hauhauhaua
Estou com saudades Trosooo
bjsss
Camila Magalhães

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